Levantamentos Topo-Hidrográficos no Estuário do Sado

19 Ago 2024

Designação oficial do projeto: Trabalhos de Topografia, Fotografia Aérea e Hidrografia no âmbito do projecto de melhoria dos acessos marítimos ao Porto de Setúbal. Fase de exploração (2023-2024)


Data de início: 12 de Fevereiro de 2024
Data de conclusão: 19 de Agosto de 2024


Descrição detalhada: O Estuário do Sado está sujeito a um programa de dragagens cujo objectivo principal é oferecer o acesso a navios até 13 metros de calado, para transporte de pessoas e de mercadorias por mar. Atendendo aos impactes ambientais deste tipo de operações, o projecto foi sujeito a estudos e avaliações, e ainda a um Programa de Monitorização que deverá incluir relatórios pormenorizados sobre vários temas, entre os quais, a hidromorfologia.

No cumprimento de um contrato celebrado com a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, a LS – Engenharia Geográfica realizou um conjunto de Levantamentos Topo-Hidrográficos (LTH) no Estuário do Sado, que resultaram num conjunto de informação geográfica com importância relevante para a avaliação do estado dos fundos dos canais principais de navegação, e também, das suas margens. No âmbito desses trabalhos, foi feita também uma avaliação dos impactes das dragagens na hidromorfologia das zonas afectadas, e que resultou num Relatório de Monitorização Ambiental.

Setubal 2

Os parâmetros avaliados no estudo são a topografia e batimetria, relativamente a zonas de praias, dunas e bancos de areia localizados na Península de Tróia, praias/escarpas na zona litoral da Serra da Arrábida, e zonas interior e exteriores do estuário, incluindo o delta. Esses elementos foram obtidos através da execução de levantamentos aerofotogramétricos (LAF) e levantamentos hidrográficos (LH), no período compreendido entre Fevereiro e Agosto de 2024.

Para a caracterização topográfica das praias e outras zonas litorais emersas, recorreu-se à utilização de Veículos Aéreos não Tripulados equipados com câmaras fotográficas digitais de alta resolução, e ainda, ao uso de receptores GNSS como meios de posicionamento terrestre de elevada precisão. A fotogrametria permite – através da estereorestituição de imagens aéreas – a aquisição de informação topográfica em área extensas, e com elevado nível de detalhe. Os vôos realizaram-se à altura máxima de 120 metros acima do solo e em horários coincidentes com regimes de baixa-mar, sempre que possível. 

Para a caracterização batimétrica do estuário foram executados levantamentos hidrográficos, com cobertura total do fundo nos canais principais de navegação, e em que foi necessária a utilização dos sistemas multifeixe, e onde não era requerida a cobertura total do fundo, a utilização dos sistemas feixe-simples, portanto, nas outras zonas do estuário.

A execução de levantamentos topográficos ou hidrográficos obedece a vários padrões de qualidade e metodologias, definidos por organizações nacionais ou internacionais, e que devem ser seguidos conforme os propósitos ou requisitos de um determinado projecto. Atendendo às características e dimensões da área de intervenção, e ainda à segurança da navegação que é praticada nos canais de navegação, foi definida a categoria de Ordem Especial para os LH a realizar nos canais principais de navegação, e a Ordem 2 foi aplicada às zonas onde não é praticada uma navegação comercial, nomeadamente o delta exterior. As categorias dos LH estão directamente relacionadas com a resolução espacial dos dados a adquirir (densidade de pontos por m²), que será de ordem decimétrica ou métrica, respectivamente para os canais de navegação e fora destes.


Desafios: A extensão da áreas litorais (Península de Tróia) e a sua orografia (Serra da Arrábida) obrigaram a um planeamento dos vôos muito cuidado, e também a um contacto permanente com a Força Aérea Portuguesa, uma vez que aqueles locais constituem uma Reserva Aérea Nacional, espaço onde são feitos exercícios militares durante todo o ano.

As características da zona marítima implicaram a utilização de embarcações variadas e devidamente preparadas para a instalação de computadores e equipamentos diversos, necessários à execução dos levantamentos hidrográficos. A velocidade das correntes e forças sentidas em alguns locais condicionaram os horários de trabalho, que eram planeados tendo sempre em conta a segurança das tripulações


Vantagens: atualização de dados topo-hidrográficos importantes, que permitem identificar com rigor novas zonas de perigo à navegação, estudar processos de transporte de sedimentos e erosão, e avaliar impactes ambientais associados às operações de dragagens.

Áreas de intervenção: Hidrografia e Topografia

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