Índice
Levantamentos Hidrográficos no Algarve – Projeto FLOODS
No âmbito do contrato celebrado entre a empresa pública Águas do Algarve SA e a LS Engenharia Geográfica, realizaram-se durante os meses de Março e Abril de 2023 os levantamentos hidrográficos das ribeiras do Odelouca e Arade, incluindo o estuário e zonas portuárias.
Estes trabalhos enquadram-se no âmbito do projeto FLOODS – Novas ferramentas de prevenção, alerta, coordenação e gestão de Emergência por Cheias ao nível local, cofinanciada pelo Programa Europeu – Espaço Atlântico; uma candidatura que visa produzir e testar novas ferramentas, planos e regulamentos que melhorem a gestão e a resposta a situações de inundações na região hidrográfica do Algarve.
Especificações dos Levantamentos Hidrográficos
O caderno de encargos para este trabalho previa a aquisição de dados batimétricos nos leitos das ribeiras de Odelouca e Arade, com recurso a sistemas acústicos e posicionamento GNSS, portanto, levantamentos hidrográficos de Ordem 1a, segundo as especificações da Organização Hidrográfica Internacional.
Desafios e Características da Região
As zonas de Odelouca e Silves são caracterizadas por fundos muito rasos e pouco acessíveis à navegação. As operações envolveram o uso de embarcações de muito baixo calado e motores fora-de-borda, e os horários de trabalho foram sempre dependentes dos períodos de preia-mar, de forma a poder caracterizar-se zonas do fundo que ficam emersas durante grande parte do dia. Num percurso fluvial com comprimento aproximado a 10 milhas náuticas e uma profundidade média de cerca de 2 metros, foram ainda observadas profundidades que variam entre os -2 e 10 metros (referidas ao Zero Hidrográfico), as maiores, já nas proximidades da cidade de Portimão, onde o rio Arade, ao aproximar-se da sua foz, exibe um maior caudal, forças de correntes e marés.
Cobertura Hidrográfica e Beleza Natural
A título de curiosidade, a cobertura hidrográfica desta bacia foi feita com recurso a um sistema de feixe simples, definindo-se um espaçamento mínimo de 15 metros entre fiadas. Num percurso total de trabalho com 80 milhas náuticas, puderam observar-se zonas de grande beleza, sem marca humana nas suas margens, e onde ainda habitam algumas espécies de mamíferos e aves menos conhecidas na região.