Deteção Remota de Faixas Combustível

24 Ago 2021


Designação oficial do projeto: Utilização da Deteção Remota na gestão de faixas de combustível no Alentejo e Algarve


Data de início: 2 de Novembro de 2021
Data de conclusão: 1 de Março de 2022


Descrição detalhada: A situação geográfica de Portugal, tipo de vegetação e situação climática global ditaram uma nova era no que diz respeito a catástrofes ambientais e sociais, particularmente os incêndios florestais, o que torna indispensável a implementação de uma estratégia de defesa da floresta, que passa por todos os proprietários de edificações, estruturas e terrenos confinantes com estas, através da gestão de combustíveis e de outras regras de segurança.

Entenda-se por gestão de combustíveis, a redução de material vegetal e lenhoso, de modo a ser dificultada a propagação do fogo. Ao nível local são desenvolvidos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios (PMDFCI), zonas de intervenção florestal (ZIF) e planos de gestão florestal (PGF).

A gestão destas zonas requer uma observação contínua do estado da vegetação de forma a proceder-se à respetiva limpeza e manutenção dessas faixas, e uma vez que o estado da vegetação é influenciado por fatores climáticos e está em constante mudança, esse plano deverá ser executado periodicamente, sendo requerida a intervenção de vários intervenientes, como as Câmaras Municipais, os Sapadores Florestais, entre outros.

De acordo com a legislação atual, é obrigatória a gestão de combustíveis à volta das edificações e aglomerados populacionais, pelo que se deverá proceder à gestão de combustíveis numa faixa mínima de 50 metros à volta das edificações ou infraestruturas existentes nos espaços rurais. No caso dos aglomerados populacionais, esta faixa de proteção pode estender-se até aos 100 metros, caso tal seja determinado no plano municipal de defesa da floresta contra incêndios. Também uma parte significativa da rede elétrica nacional, que corresponde a mais de 28 mil quilómetros de linhas aéreas (7 vezes o perímetro de Portugal), está presente em espaços florestais.

Com o intuito de garantir a segurança das populações e das redes elétricas e a melhoria da qualidade de serviço em todo o continente, a EDP Distribuição trabalha ativamente na defesa e proteção do património florestal. Nos últimos dez anos foram investidos mais de 61 milhões de euros nas zonas de proteção e nas faixas de gestão de combustível.

Através de técnicas de deteção remota, a LS-Engenharia Geográfica, em colaboração com o grupo Eiffage, iniciou em dezembro de 2021 um programa de observação e avaliação de faixas florestais, ao longo de dezenas de quilómetros de extensão. A utilização de imagens multiespectrais obtidas de sensores orbitais e veículos de voo autónomo (elevada resolução) permite avaliar o estado e densidade da vegetação e ainda produzir modelos tridimensionais, com o propósito de identificar distâncias mínimas de segurança às linhas elétricas. Através do uso das imagens obtidas e recurso a algoritmos específicos, é possível avaliar zonas de grande extensão e obter dados de média ou alta resolução, de forma a planear novas intervenções ou determinar onde estas já ocorreram e se foram ou não bem sucedidas.

Esses dados são finalmente armazenados num Sistema de Informação Geográfica e utilizados em combinação com cartografia existente em vários formatos e sistemas de projeção cartográfica nacionais, podendo ser utilizados também em dispositivos informáticos móveis, o que permite a sua consulta em qualquer local e numa diversidade de situações específicas.


Desafios: A resolução espacial pode ser uma desvantagem quando se usam imagens multiespectrais obtidas de satélite.


Vantagens: Grande cobertura geográfica, curto período de revisita, elevada precisão na determinação de distâncias mínimas de segurança (com a utilização de UAV).


Áreas de intervenção: Deteção Remota

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